O desafio da verdadeira liberdade

Clara compreendia que a verdadeira liberdade não vinha apenas do desapego material, mas da libertação do próprio ego. Mesmo em atos de bondade, percebia o desejo de aprovação. Numa conversa com Elias, ouviu: "A verdadeira liberdade é submeter sua vontade à de Deus." Essa frase a fez refletir sobre como ainda vivia presa à necessidade de reconhecimento.
Certo dia, ao servir um prato a um morador de rua, Clara percebeu que esperava aplausos. Ao notar o vazio disso, orou silenciosamente: "Senhor, purifica meus motivos." Entendeu que servir sem esperar nada em troca era o verdadeiro caminho para uma vida livre. A liberdade espiritual estava no silêncio do ego e na simplicidade do amor.
Com o tempo, Clara desapegou da imagem de "pessoa boa" e passou a viver com autenticidade. Sua identidade não estava mais na aprovação alheia, mas no olhar de Deus. Sentia-se em paz nas pequenas ações, servindo com humildade e escutando mais do que falando, vivendo de forma coerente com os valores do Reino.
Aos poucos, descobriu que a liberdade verdadeira não é fazer tudo o que se quer, mas confiar plenamente em Deus. Liberar-se do ego era um exercício diário, e isso a aproximava do Reino. "Foi para a liberdade que Cristo nos libertou" (Gálatas 5:1). E nessa liberdade, Clara encontrou o repouso da alma.
✔ Trecho do livro "No buraco da agulha".
Geraldo ESTEVÃO
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